Jundiaí - Segunda-Feira, 31 de Julho de 2017 - Hora:14:56

‘Família Acolhedora’ busca expandir inscritos para atendimento em Jundiaí

 

Os irmãos Leonardo, de 9 anos, Rafael, de 6, e os gêmeos Gabriela e Eduardo, com 4, estão acostumados a receber para brincar em casa os primos Melissa e Juan. Mas a visita de um bebezinho tem sido recebida com muito afeto e carinho pelos irmãos. Isso porque seus pais, Fernanda da Silva e Edicarlos Evaristo, decidiram participar do serviço de “Família Acolhedora” e estão vivenciando a sua primeira experiência.

 

Fernanda conta que sempre foi atraída pelo voluntariado e se sensibilizou ainda mais quando lhe foi relatado um caso de afastamento familiar. “A pergunta que mais tenho respondido ultimamente é: por que mais uma criança na sua casa? E a minha resposta é muito simples: a vontade de fazer o bem. E a gratificação da experiência é tão grande que extrapolou nossas expectativas.”

 

Em endereço novo há pouco mais de um mês, o serviço do Família Acolhedora expandiu seu cadastro em março deste ano para o atendimento de até 15 famílias (até então eram 10), sendo que, no momento, 11 delas estão com a hospedagem de alguma criança. A coordenadora do serviço, Cristiane Gozzo, explica que as inscrições para os interessados estão permanentemente abertas. “O serviço foi transferido do Centro para o Anhangabaú, onde dispomos de um espaço mais tranquilo e adequado. Nessa perspectiva, podemos ampliar o convite a mais famílias interessadas, uma vez que em nossas instalações são realizadas as visitas monitoradas, que são os encontros das crianças com as famílias de origem durante o afastamento.”

 

O Família Acolhedora é atrelado à Unidade de Assistência e Desenvolvimento Social (UGADS) e faz parte, como política assistencial, do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). O serviço é o responsável pelo encaminhamento sigiloso de menores (de recém-nascidos até a idade de 17 anos) após o afastamento das famílias de origem por determinação do Judiciário. Tal afastamento pela Vara da Infância tem as mais distintas causas, dentre elas, negligência, maus tratos, uso de substâncias psicoativas, violência e abandono. A fim de preservar o sigilo, é de praxe a escolha por bairros afastados entre as famílias de origem e de acolhimento, afim de evitar o contato do menor com os genitores e parentes fora das visitas monitoradas.

 

Em Jundiaí, além do acolhimento familiar, o menor pode ser também encaminhado para a Casa Transitória Nossa Senhora Aparecida e para a Associação Casa de Nazaré. Segundo Cristiane, a determinação do Judiciário indica o direcionamento adequado, com base nas determinações dos Conselhos Tutelares e do setor técnico do Fórum. “No entanto, seguindo uma tendência internacional que preza pela necessidade do vínculo afetivo familiar para o desenvolvimento emocional e cognitivo do indivíduo, o entendimento tem sido pela preferência do nosso serviço principalmente para crianças até o terceiro ano de idade, em consonância com os programas São Paulo pela Primeiríssima Infância e o federal Criança Feliz”, aponta.

 

Fernanda e Edicarlos reforçam que, apesar de saberem que o acolhimento é provisório, não criar vínculos com a criança chega a ser algo impossível, mas que não veem esse cenário como algo negativo. “O vínculo é primordial para o desenvolvimento e um aspecto positivo como este que nossa família está proporcionando ao bebê não pode ser encarado no afastamento futuro como algo traumático”, explica o casal.

 

O Serviço faz o acompanhamento das famílias interessadas por meio de entrevistas, visitas domiciliares e encontros de capacitação. Não podem participar famílias que estejam na fila para adoção e aquelas cujos integrantes não estiverem de pleno acordo com a participação. “Uma vez inscrita, a família pode sugerir a faixa etária da criança que deseja acolher e, embora o período máximo seja de dois anos, nossas médias ficam entre seis e oito meses de hospedagem”, explica Cristiane.

 

Um dos nortes do serviço é a intersetorialidade, uma vez que envolve as equipes da UGADS; os três Conselhos Tutelares de Jundiaí; setor técnico do Fórum; equipes dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), para casos de genitores que fazem uso de substâncias psicoativas, e Unidades Básicas de Saúde (UBS) da Unidade de Promoção da Saúde; equipes das creches ou Emebs atreladas à Unidade de Educação frequentadas pelo menor; além das entidades nas quais o menor frequente atividades de contraturno, como por exemplo a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), Associação Terapêutica de Estimulação Auditiva e Linguagem (Ateal) e Centro de Defesa da Criança (Cedeca).

 

São requisitos para participação no serviço ser residente de Jundiaí, possuir idade mínima de 21 anos, não ter interesse em adoção, não possuir antecedentes criminais e não apresentar problemas psiquiátricos e/ou dependência de substâncias psicoativas. O novo endereço é avenida Dr. Pedro Soares de Camargo, 587, Anhangabaú, e os telefones para contato são (11) 4521-5550 e 4522-1196, e o atendimento vai de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.

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