Vinhedo - Quinta-Feira, 08 de Junho de 2017 - Hora:15:44

Realizada em Vinhedo, sessão ordinária do Parlamento Metropolitano discute segurança no trânsito e problema na disponibilização de remédio contra o câncer

3ª Sessão Ordinária do Parlamento trouxe especialistas para tratar dos temas do dia

Na manhã dessa sexta-feira, dia 02, o plenário da Câmara de Vinhedo recebeu a 3ª Sessão Ordinária do Parlamento Metropolitano da Região de Campinas, que une vereadores das câmaras das 20 cidades que compõe a RMC para tratar de assuntos de interesse comum.

 

O tema da 3ª reunião do Parlamento nessa legislatura foi segurança no trânsito, e teve como palestrante José Aurélio Ramalho, diretor do Observatório Nacional de Segurança Viária, uma OSCIP dedicada a desenvolver ações que contribuam de maneira efetiva para a diminuição dos elevados índices de acidentes de trânsito no Brasil.

 

Além da segurança no trânsito, em atendimento a uma sugestão do vereador vinhedense Paulinho Palmeira (PV), a médica oncologista pediátrica Silvia Brandalise, fundadora e presidente do Centro Infantil Boldrini, referência na América Latina em tratamento de câncer infantil, também participou da sessão para debater a necessidade de retomada da importação do medicamento Asparaginase, utilizado no tratamento de leucemia linfoide aguda e com eficácia e segurança comprovada, em detrimento da importação do LeugiNase, medicamento de origem chinesa para os mesmos fins cuja efetividade é duvidosa, uma vez que não passou por todos os estudos clínicos necessários.

 

Dirigiram a sessão o presidente da Câmara de Vinhedo e 2º vice-presidente do Parlamento, vereador Nil Ramos (PSDB), e o presidente do Parlamento, o chefe do Legislativo indaiatubano vereador Hélio Ribeiro (PSB). Também compuseram a mesa o prefeito de Vinhedo, Jaime Cruz; o presidente da Câmara de Santa Bárbara D’Oeste e 1º vice-presidente do Parlamento, Kadu Garçom (PR); o presidente da Câmara de Morungaba e 1º secretário do Parlamento, Júlio César de Moraes (DEM); e a presidente da Câmara de Holambra, Naiara Regitano Hendrikx (PMDB), representando as mulheres do parlamento.

 

Importação de Asparaginase

 

Dr. Silva Brandalise abriu os debates do dia relatando o problema que tem enfrentado com o fim da distribuição da Asparaginase pelo Ministério da Saúde, medicamento utilizado no tratamento de leucemia linfóide aguda (LLA). Atualmente o Ministério disponibiliza o LeugiNase, de origem chinesa para os mesmos fins cuja efetividade é duvidosa, uma vez que não passou pelo estudos clínicos encomendados pelo próprio Boldrini.

 

“Através de estudos desenvolvidos na Unicamp, atualmente conseguimos curar 80% dos pacientes vítimas de leucemia que passam pelo Boldrini, cujo tratamento depende muito da Asparaginase, que é um dos quatro medicamentos utilizados em todo o processo. O Ministério da Saúde anunciou que a partir de março passaria a utilizar o LeugiNase, fabricado na China, porém e nem mesmo o governo brasileiro teve firmeza em garantir essa eficácia desse medicamente que não é utilizado nem no país de origem. Esse remédio é registrado na China em cima de estudo de sua aplicação em camundongos, portanto, por razões óbvias, não pode ser utilizado em crianças brasileiras. O Boldrini pediu para o laboratório LNBio de Campinas, que é vinculado ao Ministério da Ciência e da Tecnologia, realizar estudos sobre o medicamento, e nele foi constatado que 40% do medicamento está contaminado por proteínas. Para nossa surpresa, por pedido do Ministério da Saúde, o LNBio diz não assegurar a origem e a integridade do produto, alegando que o Boldrini possa ter adulterado o produto. Para resolver o problema, encomendamos outro estudo, agora em um laboratório dos Estados Unidos, o BioWorks, que chegou ao mesmo resultado do LNBio, de que o medicamento está contaminado por proteínas. Não podemos tratar nossas crianças com um medicamento sem eficácia, não podemos brincar com vidas”, narrou Silvia Brandalise.

 

O presidente do Parlamento, Hélio Ribeiro, propôs aos presidentes das 20 câmaras da RMC a elaboração de moções de apelo ao Ministério Público solicitando a retomada da importação da Asparaginase. O próprio Parlamento Metropolitano também encaminhará moção sobre o tema.

 

Segurança no trânsito

 

O diretor do Observatório Nacional de Segurança Viária, José Aurélio Ramalho, ministrou uma palestra de cerca de 40 minutos sobre o tema “o impacto social e econômico dos acidentes de trânsito para o município”, na qual destaca que o investimento em educação de trânsito é a principal ferramenta no combate de acidentes, pois diminui a incidência e gera economia, ao fazer com que as administrações municipais gastem menos com equipamentos de fiscalização e atendimentos a feridos.

 

O Observatório é membro Conselho Social e Econômico da ONU, e responsável por promover campanhas de conscientização no trânsito no Brasil em respeito às diretrizes da ONU.

 

José Ramalho destacou que “em cada acidente milhares de reais são jogados no lixo, os acidentes de trânsito, além da parte sentimental, afetam diretamente a economia. No Brasil a cada 12 minutos uma pessoa morre em acidente de trânsito, o que prova que ele está doente. Gastamos cerca de R$ 56 bilhões por ano com acidentes, gastos estes divididos em socorro, reparos e outras conseqüências do fato. Esse valor corresponde ao orçamento de toda região norte e dos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A maioria dos acidentes, cerca de 95%, são causados por falha humana, ou seja, falta educação no trânsito. É preciso que cada município pense quanto os acidentes afetam o seu orçamento, e com isso passem a investir em educação no trânsito. Nos temos o programa Município Laço Amarelo, no qual premiamos e apoiamos os municípios que tem investido na redução de acidentes, ofertando conteúdos às administrações para que apliquem em sua jurisdição. A campanha nacional do Maio Amarelo, no qual monumentos são iluminados em amarelo, tem como objetivo a conscientização, alertar à população que ela é a responsável pela segurança do trânsito, que acidente não é merda fatalidade, mas sim um risco assumido por aqueles que não seguem as normas de trânsito”.

 

Expediente

 

Ao fim da palestra e da abertura de perguntas por parte de vereadores e da população, teve início o expediente da Sessão, que contemplou a assinatura do Protocolo de Intenções celebrado entre o Observatório Nacional de Segurança Viária e o Parlamentar, a fim de implantar nas 20 cidades da RMC o programa Laço Amarelo.

 

Ainda no expediente foi implantada a Frente Parlamentar de Transporte e Mobilidade Urbana, cuja formação será definida na próxima sessão do parlamento, assim como objetivos.

 

Ao final da sessão, Nil Ramos, presidente da Câmara de Vinhedo, agradeceu a presença dos palestrantes e vereadores. “Agradeço a presença da Dr. Silvia Brandalise e ao José Ramalho por ter trazidos assuntos tão importantes para a realidade do Brasil, assim como agradeço a presença dos representantes de todas as cidades da RMC. A união de nossos municípios é fundamental para o desenvolvimento de nossa região”.

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